sábado, 30 de janeiro de 2016

Mustang

Ford Mustang é um automóvel esportivo produzido pela Ford Motor Company. Inicialmente, era uma variante do Ford Falcon. O carro começou a ser produzido em DearbornMichigan no começo de 1961 e apresentado ao público em 17 de abril de 1964 durante a New York World's Fair. O Mustang, apesar de ter sofrido grandes alterações ao longo dos anos é a mais antiga linha de automóvel da Ford. O nome "Mustang" é inspirado no avião de caça estadunidense P-51 Mustang, cujo nome se inspira na unica raça de cavalo selvagem do pais. Foi o primeiro "Muscle Car" da história, sendo seguido anos mais tarde por modelos concorrentes inspirados claramente nele.

Protótipo

O primeiro protótipo do Mustang foi fabricado em 1962 e este modelo, atualmente, faz parte do acervo do The Henry Ford Museum[2] .

1ª Geração (1964-1973)

Mustang de 1964.
Lançado em Abril de 1964 já como modelo 1965 o Ford Mustang foi apresentado em duas versões: Conversível e Coupé 2 portas. Projetado e concebido para satisfazer todos os gostos, poderia vir equipado com um modesto motor 6 cilindros de 2,8L com 101HP até um V8 de 4,8L com 271HP. Após 6 meses, foi apresentada a versão Fastback, com forte apelo esportivo. Não houve mudanças significativas para o ano de 1966, quando o carro completou o total de 1 milhão de unidades vendidas, comprovando o enorme sucesso alcançado. Cerca de 70% dos carros vendidos eram equipados com alguma versão do motor V8. Para 1967 e 1968 o Mustang já sofreu a primeira atualização de estilo, crescendo alguns centímetros e procurando ter uma linha mais agressiva e se tornar mais confortável. A principal novidade foi a introdução dos motores V8 big-block como opcional. Para 1967 a potência podia chegar a 325HP, com um V8 de 6,4L e a 390HP em 1968 com um V8 de 7,0L. Em 1969 e 1970 nova atualização de estilo, tornado a linha mais atual e agressiva. Lançamento dos modelos BOSS 302 e 429, equipados com motores de alto desempenho e das linhas Mach 1(Esportiva) e Grande (Luxuosa). Os anos de 1971, 1972 e 1973, apresentaram a mais significativa mudança de estilo dentro da primeira geração. Sofreram forte influência das leis antipoluição, da crescente preocupação com o consumo de combustível e da resistência das companhias de seguro em aceitarem carros de alto desempenho. Em comparação ao modelo 1965, o Mustang aumentou quase 15 cm e ficou 250 kg mais pesado e já não contava com motores tão potentes, quantos os oferecidos nos anos 60. Todos esses fatores acabaram influenciando o fim da primeira geração e provocando o nascimento do Mustang II em 1974, muito mais leve e econômico, porém sem o carisma de um verdadeiro esportivo.

2ª Geração (1974-1978)

Modelos: 2 portas Cupê nas versões Standard ou Ghia, 3 portas Hatchback nas versões Standard ou Mach-1. Entre 1974 e 1983 a Ford não produziu o modelo conversível. Motores utilizados: I4 de 2,3 L, V6 de 2,8 L ou V8 de 5,0 L a partir de 1975.

Versão SVT Cobra (1993) (disponível apenas com cambio manual)

Opções de carroceria: Coupe 2 portas e conversível 2 portas
Cobra e Cobra R V8 5.0 SOHC - 238CV (235 hp) (câmbio manual de 5 marchas)
Velocidade máxima: 235 km/h

4ª Geração (1994 - 2004)

Opções de carroceria: Coupe 2 portas e conversível 2 portas
Opções de acabamento de 1994 - 2001: basica (todas as versões com motor V6), GT (só com a motorização V8)
GTS (produzido apenas em 1995, com o mesmo motor do GT e apenas na carroceria coupe com câmbio manual)
Simbolo do Ford Mustang.
Opções de acabamento de 2002 até 2004:
Basico V6
Deluxe V6
Premium V6
GT basico
GT Deluxe
GT Premium
Opções de motorização:
3.8 V6 12v SOHC - 147 cv (145 hp) a 4000 rpm (1994 - 1995)
Velocidade máxima: 180 km/h (limitado eletronicamente; câmbio automatico ou manual)
3.8 V6 12v SOHC - 152 cv (150 hp) a 4000 rpm (1996 - 1998)
Velocidade máxima: 180 km/h (limitado eletronicamente; câmbio automatico ou manual)
3.8 V6 12v SOHC - 193 cv (190 hp) a 5250 rpm (1999 - 2000)
Velocidade máxima: 180 km/h (limitado eletronicamente; câmbio automatico ou manual)
3.8 V6 12v SOHC - 196 cv (193 hp) a 5500 rpm (2001 - 2004)
Velocidade máxima: 180 km/h (limitado eletronicamente; câmbio automatico ou manual)
GT 5.0 V8 16v SOHC - 218 cv (215 hp) a 4200 rpm (1994 - 1995)
Velocidade máxima: 225 km/h (câmbio manual); 215 km/h (câmbio automatico)
GT V8 4.6 16v SOHC - 218 cv (215 hp) a 4400 rpm (1996 - 1997)
Velocidade máxima: 225 km/h (câmbio manual); 215 km/h (câmbio automatico)
GT V8 4.6 16v SOHC - 228 cv (225 hp) a 4750 rpm (1998)
Velocidade máxima: 230 km/h (câmbio manual); 220 km/h (câmbio automatico)
GT V8 4.6 16v SOHC - 264 cv (260 hp) a 5250 rpm (1999 - 2004)
Velocidade máxima: 240 km/h (câmbio manual); 230 km/h (câmbio automatico)
Câmbio: Manual 5 marchas / automático 4 marchas (opcional)

Versão SVT Cobra (1994 - 2004) (disponível apenas com cambio manual)

Opções de carroceria: Coupe 2 portas e conversível 2 portas
SVT Cobra V8 5.0 16v SOHC - 243cv (240 hp) (94 - 95) (câmbio manual de 5 marchas)
Velocidade máxima: 238 km/h
SVT Cobra R V8 5.8 16v SOHC - 304cv (300 hp) (1995) (câmbio manual de 5 marchas)
Velocidade máxima: 250 km/h
SVT Cobra V8 4.6 32v DOHC - 309cv (305 hp) (96 - 98) (câmbio manual de 5 marchas)
Velocidade máxima: 250 km/h
SVT Cobra V8 4.6 32v DOHC - 324cv (320 hp) (99 e 2001; em 2000 não foi produzido o SVT) (câmbio manual de 5 marchas)
Velocidade máxima: 253 km/h
SVT Cobra V8 4.6 32v Supercharger DOHC - 395cv (390 hp) (2003 - 2004; câmbio manual de 6 marchas)
Velocidade máxima: 285 km/h
SVT Cobra R V8 5.4 32v DOHC - 390cv (385 hp) (2000; câmbio manual de 6 marchas)
Velocidade máxima: 282 km/h

5ª Geração (2005 - 2014)

Opções de carroceria: Coupe 2 portas e conversível 2 portas
Opções de acabamento 2005 - 2010 (disponíveis a ambos tipos de carrocerias):
Basico V6
Premium V6
DeLuxe V6
GT basico
GT Premium
GT DeLuxe
Opções de acabamento a partir de 2011 (disponíveis a ambos tipos de carrocerias):
Basico V6
Premium V6
GT basico
GT Premium
Opções de motorização:
4.0 V6 12v SOHC (2005 - 2010) - 213cv (210 hp) a 5300 rpm
Velocidade máxima: 180 km/h (limitado eletronicamente; câmbio automatico ou manual)
3.7 V6 24v DOHC a partir de 2011 - 309cv (305 hp) a 6500 rpm
Velocidade máxima: 250 km/h (câmbio manual); 250 km/h (câmbio automatico)
GT 4.6 V8 24v SOHC (2005 - 2009) - 304cv (300 hp) a 5750 rpm
Velocidade máxima: 250 km/h (câmbio manual); 245 km/h (câmbio automatico)
GT 4.6 V8 24v SOHC (2010) - 319cv (315 hp) a 6000 rpm
Velocidade máxima: 250 km/h limitado eletronicamente (câmbio manual e automatico)
GT 5.0 V8 32v DOHC (2011 - 2012) - 408cv (402 hp) a 6500 rpm com combustível comum
Velocidade máxima: 250 km/h limitado eletronicamente (câmbio manual e automatico)
GT 5.0 V8 32v DOHC (2011 - 2012) - 418cv (412 hp) a 6500 rpm com combustível premium
Velocidade máxima: 250 km/h limitado eletronicamente (câmbio manual e automatico)
GT 5.0 V8 32v DOHC (a partir de 2013) - 426cv (420 hp) a 6500 rpm disponivel só com combustível premium
Velocidade máxima: 250 km/h limitado eletronicamente (câmbio manual e automatico)
Câmbio 2005 - 2010: Manual 5 marchas / automático 5 marchas (opcional)
Câmbio a partir de 2011: Manual 6 marchas / automático 6 marchas (opcional)

Mustang Shelby GT500

O Ford Mustang Shelby GT500 é um carro desportivo da série Mustang da Ford.

Ford Taurus

Taurus é um sedan de porte grande da Ford. É produzido desde 1986. Sua produção foi interrompida em 2006, sob protestos de fãs, mas foi retomada ainda em 2008, com base no modelo Five Hundred e em 2009 foi lançada uma geração inteiramente nova, já como modelo 2010. Um dos mais tradicionais sedans da Ford, adorado em todo o mundo e estrelado no cinema em muitas produções. Certamente o mais famoso dos cinemas seria o Ford Taurus preto dirigido pelo Robocop.
No Brasil chegou em 1994, época da abertura das importações que se iniciou em 1990 com o governo Collor, o carro fez sucesso, embora não tenha caído muito no gosto dos brasileiros que sempre preferiu carros de linhas mais europeias, foi um dos importados mais vendidos nos anos 90, na década de 2000 ele deixou de ser vendido no Brasil.[1]


Ford-Taurus-sedan.jpg

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Escort

Ford Escort (Europa)


Ford Escort
Escort Ghia Mk3 86
Visão Geral
Produção1968 - 2003
FabricanteFord
Modelo
ClasseHatch Médio, Sedan Station Wagon e Cabriolet
Carroceria3 Volumes, 2 Volumes e Meio e Perua
Ficha técnica
MotorMotores usados nos modelos brasileiros: MK3: CHT 1.3 (importado) e CHT 1.6 (L, GL, GHIA, XR3 e XR3 Cabrioletcomando Fórmula)
MK4: CHT 1.6 (HOBBY, L, L Série Especial, LX, GL, GHIA, XR3 e XR3 Cabriolet até 89), CHT 1.0 (HOBBY) e AP 1.8 (XR3 após 89),
MK5: CHT 1.6 (L), AP 1.6 (L), AP 1.8 (L, GL, GLX, GHIA) e AP 2.0 (GHIA, XR3 e XR3 Cabriolet)
MK7: Zetec 1.8 16 válvulas e Zetec Rocam 1.6.
Transmissão5 marchas
LayoutMotor transversal, tração dianteira
Modelos relacionados
Volkswagen Gol
Volkswagen Golf
Chevrolet Astra
Chevrolet Kadett
Fiat Brava
Fiat Tipo
Dimensões
Entre-eixosWagon: 2520 mm
Peso1984 a 1987:
934 kg(XR3)
910 kg(4p)
830 kg(2p)
1987 a 1992:
1020 kg(4p)
880 kg(2p)
970 kg(XR3)
1993 a 1996: 1264 kg(Cosworth)
1150 kg(XR3)
1045 kg(Outros Modelos)
1997 a 2003:
Sedan: 1150 kg
Hatch: 1195 kg
Wagon 1.8: 1230 kg
Wagon 1.6: 1212 kg
Cronologia
Último
Ford Anglia (Europa)
Ford Corcel (América do Sul)
Ford Focus
Próximo
Ford Escort foi um automóvel criado pela secção da Ford Motor Company Anglo-Germânica.
A geração MK1 foi produzida de 1968 a 1974, na Europa, com carroceria arredondada remetendo ao estilo da época. Tinha tração traseira e estava equipado com motores 1.1 e 1.3. Em 1969 surgiu a versão RS 1600, que produzia 120 cv. Em 1973surgiu a versão RS 2000 com 100 cv, motor pinto 2L.
A geração MK2 foi produzida de 1975 a 1979, na versão Ghia e Mexico, ambas de motores 1.6 e também com as versões esportivas RS 1600, RS 1800, RS 2000.
Eleito pela Revista Autoesporte o Carro do Ano de 1984.

Escort no Brasil

No Brasil foram lançadas apenas as gerações conhecidas como MK3, MK4, MK5, MK5,5 e MK7.
A primeira chegou ao mercado no segundo semestre de 1983 com as versões básica, L, GL, Ghia em 2 e 4 portas e XR3. Todas contavam com o motor CHT de 1,6 litros e câmbio de 5 velocidade, exceto a versão básica que utilizava o motor CHT de 1.3 litros, como opcional e câmbio de 4 velocidades, com opção entre gasolina e álcool para todos os modelos e apenas álcool no XR3.
Pioneiro em várias tecnologias, como os amortecedores pressurizados (1986), os de controle eletrônico (série Formula, 1991), o "check-control", os tanques de combustível em polipropileno (1987), sem contar ser o pioneiro no lançamento de carros com 2 e 4 portas em simultâneo (1983), o Escort introduziu no Brasil com seu modelo XR3 a onda dos "pocket-rockets", ou pequenos carros com visual esportivo e melhor desempenho. Em resposta, outras fábricas lançaram o Volkswagen Gol GT (segue GTS, GTI, e GTI 16v), Fiat Uno 1.5R (segue 1.6R e 1.4 turbo) e Chevrolet Monza S/R (segue Chevrolet Kadett GS, GSI e Sport). Sendo que em 1985 surge a versão Laser, ele era um Escort XR3 com pequenos detalhes que o diferenciavam dos demais modelos. Seu interior igual do XR3 normal (a única diferença o filete dos bancos, no XR3 normal era vermelho e no Laser o filete era azul). Era produzido exclusivamente na cor branca com rodas de aro 14" de aço pintadas de preto (seu desenho tinha um círculo maior e outro menor intercalados) cobertas pelas calotas brancas importadas diretamente da Alemanha (caríssimas, realmente custavam mais que as rodas de liga e eram difíceis de se encontrar até na concessionária), tinha um par de filetes na lateral (um vermelho e um azul), que antes do final da lateral tinham a inscrição "LASER" também em azul e vermelho intercalado e o emblema "ESCORT XR3" na tampa do porta malas era azul. Vinha com a inscrição E.XR3-LAS na frente.
O Escort XR3 também foi o pioneiro na reintrodução (em 1985) de um automóvel conversível "de fábrica", coisa que o Brasil não tinha desde o fim da produção do Volkswagen Karmann Ghia conversível em 1970. Mas o preço do XR3 era proibitivo devido ao processo quase artesanal de fabricação, constituído por várias idas e vindas entre as fábricas da Ford, em São Bernardo do Campo, e da Karmann-Ghia no mesmo município. A produção também era baixa. O encerramento da produção desta versão deu-se em 1995 com alguns carros movidos a álcool.
A versão MK4 começou a ser fabricada em 1986 como modelo 1987 e pode ser considerada uma re-estilização sobre o modelo anterior. Essa mesma geração recebeu em 1989 o motor 1,8 da Volkswagen, da linha AP, o que melhorou muito o desempenho das versões GL (como opcional) Ghia e XR3. Juntamente houve a série especial SuperSport conhecida por Benetton, cujos exemplares vinham na cor branca com frisos externos e nos bancos na cor verde, assim como o emblema traseiro, e foram os primeiros a vir com para-choques de plástico na cor do veículo, assim como os retrovisores e corpo dos faróis de milha.
Em 1989 surgia também uma versão especial do Escort L, era a L Série Especial. Ele era um Escort L com acabamento em tecido xadrez e detalhes como vidros verdes climatizados, pára-brisa laminado, desembaçador traseiro, volante do XR3, teto-solar, contorno lateral dos vidros em grafite, frisos vermelhos nos pára-choques e laterais, calotas, rádio toca-fitas, relógio digital e painel com conta-giros. Mais tarde em 1991 nasce o modelo LX, basicamente um meio termo entre as versões GL e Ghia, usava o motor AE 1.6, era o mesmo motor CHT usado até 1989, só mudando a nomenclatura, por também estar sendo usado na linha Gol.
No mesmo ano era lançado o Verona, um sedã três-volumes de duas portas com base no Escort. Em 1990 a VW passava a vender o Apollo, uma variação do Verona, uma das derivações criadas pela Autolatina.
Ford Escort SW.
A MK5 iniciou sua produção em 1992 como modelo 1993, sendo o ano de 1995 o último ano de fabricação do Escort no Brasil. No segundo semestre de 1996 a versão conhecida como modelo MK5,5 passou a vir da Argentina apenas com o capô redesenhado e com a grade oval inserida no mesmo. No final de 1993, início de 1994 foi produzida uma série especial do XR3 Cabriolet, chamadado "75 Special Edition" ou "75SE" (Edição comemorativa de 75 anos da Ford), de cor preta e champagne caracterizando coloração degradê, equipada com bancos Recaro, retrovisores elétricos, capota elétrica, regulagem de altura do volante e banco do motorista, além de CD Player com equalizador digital e módulo amplificador (empregado pela primeira vez em um carro brasileiro de série no ano de 1993). Este modelo comemorativo teve apenas 175 unidades produzidas, uma para cada revendedora da Ford.
O modelo MK7, que ficou conhecido no Brasil simplesmente como Escort Zetec (nome do motor que o equipava), iniciou sua fabricação em 1996 como modelo 1997. Os modelos MK7 tinham os modernos motores Zetec 1,8 16v de 115 cv, sendo capazes de fazer de 0 a 100 em 9,6 segundos e atingir 198 km/h de velocidade máxima e o Zetec Rocam 1,6 8v de 95 cv, com menor desempenho, mas capaz de fazer a incrivel média de 12 km/l na cidade e 16,25 km/l na estrada (Fonte: Ford Co.).
O último modelo do Escort foi o MK7. Com o lançamento do Ford Focus em 1998 na Europa e em 2000 no Brasil, sua produção foi encerrada em 2003.
O modelo MK6 nunca foi produzido e/ou vendido no Brasil. Ele era composto pela dianteira do nosso MK5,5 e a traseira do MK7, sendo o interior do MK5.
Ford Escort 1.8 XR3 1992.
Ford Escort 1.8 XR3 1992.
Ford Escort 2.0 XR3 Conversível Special Edition 75 anos.

Corcel

Na Década de 60 a Willys, em parceria com a Renault, estava desenvolvendo o projeto "M" de carro médio. Lá na França daria origem ao bem sucedido R12. Aqui, sua carroceria seria diferente, mais adequada ao gosto brasileiro. A plataforma e o conjunto mecânico foram projetados pela fábrica francesa, que era líder de vendas naquele país.

Em dezembro de 1968, no VI Salão do Automóvel, já realizado no palácio de exposições do Anhembi, em São Paulo, foi apresentado o Ford Corcel com carroceria três-volumes de quatro portas. Junto dele também faziam sua estréia o Volkswagen 1600 quatro-portas, seu concorrente direto, que posteriormente seria apelidado de "Zé-do-caixão" devido às formas quadradas e a sua morte prematura, e o Chevrolet Opala, maior que estes e posicionado em outro segmento.

O bom desempenho nas vendas, esperado do pequeno Ford, confirmou-se. No primeiro mês de produção foram vendidos 4.500, e perto de 50 mil já em 1969. O Corcel trazia inovações tecnológicas inéditas no Brasil, como circuito selado de refrigeração e coluna de direção bipartida. A estrutura era monobloco e a tração, dianteira, como nos DKW-Vemag, mas com um sistema bem mais moderno.

Internamente tinha acabamento simples, mas correto. O espaço interno era muito bom para os padrões da época, a posição de dirigir e a visibilidade ótimas. Mas a alavanca de mudança "espetada" no assoalho dianteiro costumava ser criticada. Já o porta-malas dispunha de bom espaço para bagagens. O capô do motor adotava abertura de trás para frente, revelando preocupação com a segurança.

O único defeito do Corcel era o problema no alinhamento do sistema de direção traziam desgaste prematuro dos pneus, então em 1970, aconteceu o primeiro recall no país de que se tem notícia: a Ford convocou 65 mil proprietários do carro para realizar, gratuitamente, a correção do problema

Corrigido o mal, em 1971, o Corcel voltou a ser o maior sucesso de vendas da Ford brasileira. Alias, sempre o foi até o final de sua produção -- mesmo não sendo um Ford autêntico.

As vendas subiam a cada ano de produção e, em 1971, já somavam 127 mil unidades. O destaque no estilo ficava por conta da nova grade dianteira. 
No mesmo ano era lançado o Corcel GT, de duas portas, com teto revestido de vinil, rodas esportivas, faixas pretas laterais, grade dianteira e retrovisores também pretos e faróis de longo alcance redondos. O capô preto-fosco, com tomada de ar, completava o modismo da época oriundo da Europa e dos Estados Unidos.



Por dentro, no console, a instrumentação era bem completa. O motor recebia carburador de duplo corpo e coletores especiais, mas o desempenho ainda era fraco, principalmente em se tratando de um "grã-turismo". Um novo motor então passou a equipar o Corcel GT XP, sigla para extra performance ou desempenho extra. A propaganda na época o identificava como "carro de briga".

O motor passava à cilindrada de 1,4 litro e desenvolvia potência bruta de 85 cv. Fazia de 0 a 100 km/h em 17 segundos e atingia em torno de 145 km/h de velocidade máxima.

Em 1973 toda a linha ganhava nova grade, com logotipo Ford no emblema redondo ao centro, outro desenho do capô, pára-lamas e lanternas traseiras. As versões cupê, sedã e Belina passavam a ser equipadas com o motor do GT XP, de 1,4 litro. O "esportivo" trazia duas faixas pretas paralelas no capô e nas laterais e faróis auxiliares de formato retangular na grade, esta também de desenho diferente. Dois anos depois, a linha recebia modificações na carroceria (frente e a traseira redesenhadas), remodelando-se também o interior.


Também em 1975, para se juntar às versões básica e luxo, era lançada a LDO, sigla em inglês para Decoração Luxuosa Opcional, como existia nos carros da Ford nos Estados Unidos. Por dentro era mais requintada, com forrações e bancos nas cores marrom e bege. Por fora notava-se o teto de vinil, grade cromada e rodas tipo esporte, antes usadas no GT, só que agora na cor prateada.

O Corcel II


No final de 1977 chegava às ruas o novo modelo: o Corcel II. A carroceria era totalmente nova, com linhas mais retas, modernas e bonitas. Os faróis e as lanternas traseiras, seguindo uma tendência da época, eram retangulares e envolventes. A grade possuía desenho aerodinâmico das lâminas, em que a entrada de ar era mais intensa em baixas velocidades que em altas. O novo carro parecia maior, mas não era. A traseira tinha uma queda suave, lembrando um fastback

As portas eram enormes e pesadas, um dos poucos defeitos reclamados pelos donos é que perduraria até o fim de sua produção. Eram tão compridas que o cinzeiro para os passageiros do banco traseiro alojava-se nelas! Por dentro, os bancos, painel e volante também foram redesenhados. A alavanca do freio de estacionamento passava a ser entre os bancos, melhoria sentida pelos fiéis da marca .

Um fato notável no Corcel II era a ventilação dinâmica, de grande vazão, dispensando a ventilação forçada, que quase não era usada. Com o mesmo motor do Corcel anterior, o desempenho não estava muito melhor, mas a segurança, estabilidade e nível de ruído, sim.

As versões oferecidas eram Corcel II L, básica; a luxuosa LDO, com interior totalmente acarpetado e painel com aplicações em madeira; e a GT, que se distinguia pelo volante esportivo de três raios, aro acolchoado em preto e pequeno conta-giros no painel -- nenhuma trazia, porém, o termômetro d'água. O motor do "esportivo" tinha 4 cv a mais, que não faziam muita diferença. Contava ainda com faróis auxiliares e pneus radiais. As rodas tinham fundo preto e sobre-aro cromado.
Detalhe curioso do GT era a carroceria em dois tons, separados por um filete vermelho. A parte de cima era sempre preta, contrastando com a parte de baixo. Mas a idéia não agradou, e em 1980 a parte preta se restringia à linha inferior da carroceria, abaixo do friso da porta. O filete vermelho continuava.


Em 1979 vinha o esperado motor de 1,6 litro, de melhor desempenho, e o câmbio de cinco marchas, que só o Alfa Romeo possuía. A quinta era um acréscimo às outras quatro e sua relação ficava próxima da quarta, pelo que a queda no regime de giros era menor do que se vê hoje na maioria dos automóveis. Pela primeira vez era usada a denominação "1.6", com o ponto em vez da vírgula, o que é incorreto no sistema métrico. Atribui-se ao Corcel a introdução desse sistema inglês no Brasil, que resultaria no incoerente "1.0" (zero após a vírgula é desprezível) tão lido e ouvido hoje.


A opção 1,4 continuava a ser produzida para quem desejava mais economia. Mas o desempenho do 1,4 era muito modesto, inadequado para o cupê e a Belina: a velocidade máxima estava em torno dos 135 km/h, e a aceleração de 0 a 100 km/h, em cerca de 23 segundos. Com o 1,6-litro chegava a 145 km/h e atingia 100 km/h em 17 segundos.


Em março de 1980 era lançado o Corcel II Hobby, mais uma opção de versão numa linha bastante diversificada. Tinha acabamento despojado, mas com apelo jovem e esportivo -- por exemplo, eliminava os cromados de frisos e pára-choques. Trazia alguns acessórios do GT e era uma opção mais barata.


Para 1984 a gama passava a contar com o motor CHT("câmara de alta turbulência"), introduzido na época no moderno Escort. O CHT era derivado do conhecido motor Corcel, mas retrabalhado nas câmaras de combustão para melhor desempenho e menor consumo. O cliente podia optar entre o 1,35-litro (quase um retorno à cilindrada do primeiro modelo), mais econômico, e o 1,6, mais potente.

Para 1985 toda a linha era reestilizada, pois o desenho já contava com sete anos de mercado. Traziam frente inclinada e mais arredondada, nova grade (com muitas lâminas no Corcel).

Para o Corcel, que não tinha mais o "II" no nome, o desenho e instrumentos do painel e o volante eram iguais ao do Del Rey básico de 1984.


No final de 1986 esboçava-se a Autolatina, associação entre a Ford e a Volkswagen, que começou a operar em julho de 1987 e agrupava as atividades industriais e financeiras das duas fábricas no Brasil e na Argentina. Na opinião de muitos, o acordo beneficiou muito mais o grupo alemão do que a Ford.
A concorrência estava mais acirrada. O Passat envelhecia, o Polara não era mais produzido há anos, mas o Chevrolet Monza era mais moderno e potente, conquistando a liderança de vendas por três anos (de 1984 a 1986) e surpreendendo a todos. Em 21 de julho de 1986 o último Corcel deixava as linhas de produção de São Bernardo do Campo, SP. Marcou pelo conforto, acabamento e mecânica de qualidade confirmada. Foram 1,4 milhão de modelos produzidos -- um dos maiores sucessos da nossa indústria de automóveis.

Sua herança ficaria para os outros modelos. Na linha 1987 o Del Rey ganhava uma versão despojada (L) e a Belina passava a ser dele derivada, substituindo a Scala. Apesar da perda do Corcel, seu conceito continuava vivo em modelos similares.


um Mito "MAVERICK"

Ford Maverick, surgiu nos EUA, em 1969, concebido para combater a invasão de europeus e japoneses no mercado americano, foi considerado o "anti-fusca", como o modelo que tiraria compradores da Volkswagen.
No período em que o carro alemão foi planejado, suas vendas cresciam a passos largos, com vendas superiores a 300.000 unidades anuais, e em 1968 chegavam a quase meio milhão, era o início da invasão de carros baratos, de fácil manutenção e muito mais práticos no dia-a-dia. Foi nesse cenário que, em 17 de abril de 1969 surgiu o Ford Maverick. A receita era simples: um carro compacto de manutenção simples e barata, fácil de manobrar. Com aparência inspirada no Mustang, pois a idéia era identificá-lo como um carro para a família, prático, moderno e econômico, com um leve toque esportivo. Em seu primeiro ano vendeu 579.000 unidades - quase 5.000 a mais que o Mustang em seu primeiro ano de vendas.
Na época no Brasil existiam dois modelos Ford, e claro dois modelos de sucesso, o bom e velho Corcele o luxuoso Galaxie. Só que entre o popular e o luxuoso havia um espaço a ser preenchido. Esse espaço aparentemente estava ocupado pelo Aero-Willys e Itamaraty(versão luxuosa do Aero), que já estavam ficando ultrapassados e fora do estilo da época, sem contar os inúmeros problemas mecânicos deixando a desejar e abrindo uma brecha no mercado.
A briga por um mercado de populares de médio porte (confortáveis mais econômicos) estava começando.
Chrysler desenvolvia o Dodge 1800 (Dodginho). A Volkswagen preparava um "fusca quadrado" que se chamaria Brasília, além de uma aposta alta no Passat, que em tese mudou o mercado nacional. Mais isso é outra história, que não me interessa. Pois se não for beberrão, para mim não vale nada.
A Ford preparou uma pesquisa que por sinal teve por resultado uma das ações mais estranhas da história do marketing automobilistico nacional. A Ford definiu seu público-alvo, e utilizando quatro veículos, todos brancos e sem qualquer identificação quanto ao nome e fabricante, sendo eles: um Opala, um Corcel, um Mavericknorte-americano e um Ford Taunus europeu, tentou identificar qual seria sua meta de trabalho. A pesquisa elegeu o Taunus, e este traduzia os desejos de consumo daquele público acostumado com os padrões de conforto e economia dos veículos europeus.
Ótimo, mãos à obra e aos problemas. O Taunus exigiria um motor, que só seria possível em 1975, com a conclusão de uma outra fábrica. A suspensão traseira, independente, era bem mais moderna que a de eixo rígido do Aero/Itamaraty. A adaptação do Taunus ao nosso mercado começou a se mostrar inviável. O tempo era curto e a competição seria acirrada. A idéia era utilizar ao máximo os componentes do velho Aero. A pesquisa foi posta de lado e para surpresa dos profissionais de marketing e estratégia, a empresa optou por lançar o Maverick.
Os objetivos maiores da empresa falaram mais alto, que eram a urgência e economia de investimentos.
Começaram os problemas. Alguns motores de seis cilindros 3,0 litros do Aero-Willys "derreteram" em testes devido ao sistema de arrefecimento mal dimencionado e ineficiente. A lubrificação deu problema e foi necessário uma nova bomba de óleo com sentido trocado, ou seja, no bombeamento o óleo era sugado dos mancais para o cárter... Sanados os problemas, e com mais uma "passagem" externa de água para o sexto cilindro, lançaram o Maverick em junho de 1973, que por sinal era igual ao modelo americano de 1970.
As versões lançadas foram a Super e Super Luxo. Logo apareceu a versão esportiva GT com motor V8 importado, de 4,95 litros, a qual saia de fábrica, com pintura metálica e direção hidráulica como únicos opcionais. Além das faixas pretas e o novo motor, tinha tantos (ou quase tantos) cromados quanto as outras versões. Tinha seus problemas: freios traseiros com tendência ao travamento das rodas e radiador subdimensionado para o clima tropical (padrão dos Maverick´s).
Nos testes no Brasil, o "capô do motor V8" chegava a abrir e era jogado de encontro ao "pára-brisa. Dai os GTs sairem com pequenas presilhas no capô. Apesar da baixa taxa de compressão do primeiro motor, 7,5:1, o desempenho era bastante bom para a época: aceleração de 0 a 100 km/h em 11,5 segundos e 178 km/h de velocidade máxima. Como comparação, o velho "seis bocas" chegava a gastar quase 30 segundos na aceleração e mal chegava na marca de 150 km/h. Ao final do mesmo ano chegava o Maverick de quatro portas, oferecendo mais espaço aos passageiros de trás por conta de entre-eixos mais longo, mas não agradou ao público.
"Como as coisas mudam. Hoje toda família quer ter carro 04 portas"
Resolvido o velho problema do radiador, o GT e as outras versões, equipadas opcionalmente com o V8, atingiram vendas significativas, o esportivo chegou a 2.000 unidades no primeiro ano e mais de 4.000 no segundo.
Os concorrentes não chegaram sequer perto em questão de vendas.
Na época eram o Opala 6cc e os Dodge Dart e Charger RT, equipados com V8 308.
O Maverick "seis bocas" foi realmente o desatre, pois era mais pesado que o Opala e seu desempenho era próximo de qualquer quatro-cilindros. Mais vale ressaltar que o motor 06 cilindros era muito silencioso.
O V8 era a resposta aos concorrentes. Até chegar a crise do petróleo no final dos anos 70, uma ameaça ao bolso dos consumidores. Como o seis "bocas" bebia como um V8 e andava praticamente como um carro médio de quatro cilindros, o Maverick ganhou fama de Beberrão, e foi caindo em desgraça.
Com isso em 1979 depois de mais de 100.000 unidades vendidas o nosso lendário Maverick saia de linha para dar lugar a uma porcaria por nome de "Corcel I